Sabe o romantismo costumeiro daqueles filmes de Hollywood que inventam e inventam as mais mirabolantes situações para unir casais, etc e tal? Pois é. Ele existe, sim. Eu já fiz parte do Clube de Bobalhões Românticos – também conhecido de CBR –, do tipo que só desencana depois de apanhar muito.Vivia a mandar cartas apaixonadas para uma mocinha que gostava. Ela agradecia, achava super meigo, mas, enfim, não dava a menor bola quando o assunto abrangido era namoro. No máximo queria ter uma amizade superficial regada a risadas descompromissadas nos intervalos das aulas. Queria no máximo rir das minhas piadas e palhaçadas. Só isso. Como eu era o melhor aluno da classe (sem modéstia, por favor, porque esta é a mais pura verdade), ela assumia e até propagava a minha boa capacidade intelectual, mas não passava disso. Não pedia minha ajuda, pois não queria se aproximar muito de mim. Bem. Aos olhos bondosos do Ex-trouxa aqui, ela estava querendo me proteger, exatamente para não me iludir. Hã. Triste ilusão. Eu já estava iludido há muito tempo. Sofri do mesmo jeito. Levei dois anos e meio para desencanar, desistir, desafossar, levantar a poeira, chutar o pau da barraca, jogar a cana roída e estragada fora, etc e etc...
Depois de algum tempo sem pensar nela, voltei a lembrar dos bons momentos em que a admirava fixamente. Quando mexia os lábios, balançava o cabelo, sorria e exibia seus belos dentes, o olhar de alguém que sabe conquistar sem o menor esforço a simpatia de alguém. Certo. Lembrei também do sofrimento. Chutei o pau da oca e declarei: eu sou um Ex-CBR! Não posso me dar ao luxo de voltar a ser um!
E no final das contas? É...... (fiquei brevemente sem palavras) ainda acho que foi uma enorme perda não ter conseguido conquistar essa menina de quem tanto gostei. Mas fazer o quê? Não se pode ter tudo nessa vida, não é mesmo? De qualquer forma, assumo: Um dia fui romântico. Espero ter, algum dia, quem sabe, a oportunidade para voltar a ser um.
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