domingo, 25 de julho de 2010

Quer Chiclete? Faz o seu!

Lembro-me de uma propaganda na tevê. Eu ainda era um molequinho. Brincava de bonecos e fazia das histórias dos animes, ricas fontes de inspiração para as aventuras dos meus brinquedos. Sempre fui apaixonado por desenhos japoneses. Uma legião de pessoas do mundo inteiro também o é. Mas, para não desvincular ainda mais, voltemos à propaganda: nela divulgavam uma maquininha de fazer chiclete. O produto era da linha de brinquedos da Eliana. Sempre que eu via esse brinquedo na televisão, zoava a minha irmã.

“Quer chiclete, maninha”, eu dizia.

“Quero. Cadê?", ela, inocentemente, perguntou.

“Faz o seu”, respondi na cara de pau.

E logo ela percebia a brincadeira. Para rebater, dava uns soquinhos e pontapés inofensivos. Nada mais. Ela sabia que não poderia fazer o chiclete e descontou em mim o fato de não ter em mãos o tal brinquedo. Não a culpo. Ela era pequena e não tinha a mentalidade necessária para trabalhar e ganhar o seu próprio dinheiro. Ambos dependíamos dos nossos pais para comprar brinquedos. Mas tem gente que mesmo depois de crescido não faz chiclete pois depende dos outros para ter uma goma de mascar que seja.

Essas pessoas cresceram, mas estacionaram num patamar psicológico que deveria ser exclusivo à época da infância. Elas não aprenderam a lutar pela máquina de fabricar chiclete. Até hoje esperam que alguém lhes dê o tal do brinquedo.

Não deveria ser assim. O ser humano deve ir em busca da independência. Com os animais é assim. Por que conosco seria diferente? Quer chiclete, meu filho? Então faz o seu. Corra atrás das ferramentas. Se possível, às crie você mesmo. Não é fácil. Nada que demanda grandes prazeres vêm de mão beijada. A vida – não sei se infelizmente – é assim.

Um comentário:

Anônimo disse...

Já faz seu próprio chiclete? rs